
Quando alguém, no futuro, perguntar por que Ronaldo é um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, diga que ele foi, sem medo de errar, um Fenômeno. Mas não um fenômeno como Pelé, que fez 1.281 gols na carreira em 1.363 partidas e foi o jogador mais completo dentro dos gramados; nem um mágico, como o argentino Diego Maradona, que, como um saci, driblava, chutava, passava e encantava com uma perna só; muito menos um gênio cerebral, como o alemão Franz Beckenbauer; ou um maestro como Zinedine Zidane, que desbancou Michel Platini como o maior atleta francês. Ronaldo foi um fenômeno do renascimento.
Nos seus 18 anos de carreira, sua vida esportiva foi da euforia à depressão muitas vezes. Ronaldo balançou tanto as redes adversárias como frequentou o departamento de fisioterapia dos sete clubes pelos quais passou. No seu pior momento, em 2000, o mundo inteiro acompanhou, ao vivo, o seu sofrimento em pleno gramado italiano. E com o zoom da câmera na rótula se desprendendo do joelho direito. Uma cena de filme de terror, que parecia leva-lo ao fim dos dias esportivos. Mas desse inferno, Ronaldo encontrou forças para subir ao céu com o título na Copa do Mundo de 2002. Foi assim que o mito se aproximou dos mortais e mostrou que ele era tão de carne e osso como cada um de nós, que errava, acertava, lutava, caía e se levantava.
Cruzeiro, PSV, Internazionale, Barcelona, Milan, Real Madrid e Corinthians. Ronaldinho virou Ronaldo, que se transformou na maior estrela do moderno futebol. Já em 1993, foi um dos primeiros jogadores a assinar um milionário contrato com uma marca de material esportivo, praticamente sem data de validade. A Nike, que só tinha olhos para o basquete, colocava Ronaldo no mesmo nível de Michael Jordan. Era uma das primeiras apostas da marca americana no “soccer”. E não teve motivos para se arrepender. Como poucos, Ronaldo entendeu sua missão de ídolo do esporte. Nunca se identificou apenas com um time, mas com os torcedores que o idolatravam. Sem distinção de cores, vestiu a camisa de equipes rivais e não recebeu o ódio como resposta. Ser Ronaldo era uma desculpa para qualquer raiva apaixonada.
Com a seleção brasileira, ele é o maior depois de Pelé. Fez 62 gols em 97 partidas, participou de três finais consecutivas de Copas do Mundo, ganhou dois títulos e é o maior artilheiro da competição com 15 gols. Ao todo, ele marcou 414 gols em 614 jogos na carreira, conquistou três títulos de melhor jogador da Fifa e foi eleito o melhor jogador da Copa de 98. Ronaldo, o fenômeno do renascimento, certamente não será reconhecido pelos grandes números. Ele terá sua história contada em grandes jogadas, nas arrancadas, na explosão e nos lances incríveis que pintou nos gramados. Agora, só temos que agradecer.
por brazil 247
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